sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Nos Bosques, Perdido (Pablo Neruda)

Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu sussurro:era talvez a voz da chuva chorando,um sino quebrado ou um coração partido.
Algo que de tão longe me pareciaoculto gravemente, coberto pela terra,um gruto ensurdecido por imensos outonos,pela entreaberta e úmida treva das folhas.
Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,o ramo de avelã cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimentocomo se, repentinamente, estivessem me procurando as raízesque abandonei, a terra perdida com minha infância,e parei ferido pelo aroma errante.
Não a quero, amada.
Para que nada nos prenda para que não nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua bocanem o que não disseram as palavras.
Nem a festa de amor que não tivemosnem teus soluços junto à janela...

terça-feira, 15 de setembro de 2009


Caminhão de mudança da alma.


Quantas vezes vão ter que te largar dentro de mim?
Já perdi a conta dos meus enganos.

Você bem que poderia sumir!
Ir para urano.
Mas teima em me procurar, em me bagunçar, em me consumir.

Já te disse, sou canceriana, o sentimento está em mim.

Não adianta rasgar retratos... Estão todos salvos.
Não adianta ligar para o numero errado, você já sabe decorado.
Não adianta se esconder, sabemos os nossos passos.

Não adianta... Somos testemunhas de um crime pensado.
Seremos julgadas.

A pior injustiça já cometeu, fique calma.
Nossas mentes estão em planos unicamente nossos... E por nós habitados.

Engraçado... Tem dias que olho, e não me vejo.
Tem momentos que não me vejo, porque sou você em sobra, imagem, cheiro.

E nos dias que consigo me ver, sua imagem está ao lado.
Basta!

Você me consume mais que a fome na África,
Isso é irrevogável?
Diga-me que não.
Quero um dia ser eu sozinha, no espelho da minha casa.

Ainda bem que deixo a porta aberta.
O cheiro no quintal alheio.
A sede na boca beijada.
A fome nas mãos tremulas e molhadas.
Quero novas sementes.

Suas raízes vão deixar cortadas e expostas... Quem sabe a chuva de lágrimas
Apodrece... E mais um caminhão volta... Para levar essas cargas de emoções passadas
.



Cecília Tavares.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009



Rabiscando memórias,busco um sinal de ti.


Oriento-me por razões ilógicas para dedicar essa paixão.
Dentro de mim fantasias nascem, não falo de sexo,é uma abertura de esperança que sobrevoa meus pensamentos.

Contemplando o teu sorriso como a um cartão postal, me perco em dias que ele esteve na minha frente, e com tamanha doçura me fez sorrir também...

O que algumas vezes chamou você de "drama"... É uma completa chama de sentidos,sentimentos mistos... Um eterno querer.

Em busca de respostas breves,palavras leves, Confundo os meus ouvidos.


Essas são frases construídas ao acaso, casual momento de inspiração sufocante e transcendente...
Esta ânsia de ter e querer mostrar a você que é amor, No seu maior sentido encontrado em um ser.


Cecília Tavares...06/04/2009 noite.







"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... "